O discurso recente do prefeito de Macau, Zé Antônio, em que ele elevou seus apoiadores mais fervorosos ao status de celebridades, suscitou reações diversas na comunidade local.

Ouça o discurso do prefeito: https://1drv.ms/u/s!AttUdXr9BuFch_tdUR7Joe4u7q8KQg

Ao colocar esses indivíduos em um pedestal, o gestor não apenas demonstrou apreço pelos bajuladores de plantão, mas também reforçou a importância que atribui àqueles que sustentam a narrativa de uma gestão marcada por críticas e controvérsias.

O termo “babão”, popularmente utilizado, refere-se a uma figura que vive à sombra do poder, fazendo elogios desproporcionais e defendendo até o indefensável para se manter em posições de influência e privilégio. Na prática, é alguém que, em virtude de sua falta de qualificação profissional, opta por exercer o papel de adulador para garantir favores e oportunidades, especialmente em ambientes políticos onde as competências técnicas são frequentemente preteridas em favor de relações pessoais.

A presença dos “babões” não apenas distorce a realidade da administração pública, ao apresentar uma visão idealizada e desconectada das reais condições enfrentadas pelo município, mas também perpetua um ciclo de mediocridade e falta de profissionalismo. Ao colocar esses personagens em destaque, Zé Antônio cria um clima de ilusão e complacência, onde críticas construtivas e a busca por melhorias são substituídas por uma bolha de exaltação contínua e acrítica.

O resultado é um ambiente onde o debate público perde espaço para a exaltação personalista, e a gestão, por sua vez, deixa de atender aos anseios coletivos para privilegiar um pequeno grupo que, com sua adulação, cria um manto de proteção para práticas administrativas ineficazes.

Em última análise, ao enaltecer esses “babões”, o prefeito não apenas expressa seu apreço pela bajulação, mas também revela um modus operandi de gestão que se afasta da competência e da responsabilidade, mantendo-se sustentado apenas por uma estrutura de louvores vazios e pela tentativa de manter uma administração alheia às reais necessidades do povo de Macau.